domingo, 20 de setembro de 2009

O fim do auxilio subsistência da ONU aos refugiados palestinos exige intervenção de pessoas comprometidas com os direitos humanos e solução urgente

O fim do auxilio subsistência da ONU aos refugiados palestinos exige intervenção de pessoas e instituições governamentais e não governamentais, verdadeiramente, comprometidas com os direitos humanos e que não tenham vínculos de amizade com o Conare, Acnur-Brasil, Cáritas ou Associação Antonio Vieira.

Expulsos da Palestina por israelenses, impedidos de refugiar-se nos países árabes vizinhos até que conseguiram refúgio no Iraque, expulsos do Iraque após a queda de Sadan Hussein e ascenção dos xiitas ao poder, impedidos de refugiarem-se na jordânia, barrados na fronteira entre os dois países, na região desértica de Ruweiched, onde formaram o Campo de Refugiados onde permaneceram por cinco longos anos, expulsos do Campo de Ruweished devido ao aviso sobre seu fechamento e agora, refugiados no Brasil, neste, que esperavam ser finalmente o lugar onde reconstruiriam suas vidas.

Esse é um ultraresumido relato da saga de 117 refugiados palestinos que no final de 2007 foram trazidos para o Brasil no chamado Programa de Reassentamento Solidário, num convênio “ultrasecreto” e de regras duvidosas e mais do que suspeitas entre o governo brasileiro (através do CONARE), a ACNUR-Brasil, a Cáritas Brasileira e a Associação Antonio Vieira (ASAV).

Mas, infelizmente, a transferência desses refugiados para o Brasil não significou o fim do drama, conforme lhes foi prometido, ainda em Ruweished; foi sim a continuação da “nakba” (catástrofe) dessas vidas humanas, longe de acabar se as autoridades brasileiras continuarem a não dar a devida atenção.

O CONARE, a ACNUR-Brasil, a Cáritas e a ASAV provaram total incompetência para atender os refugiados.

Os dois anos de duração do Programa de Reassentamento Solidário, foram dois anos de descaso, maus tratos e misteriosa e cúmplice relação entre essas instituições e entidades que impossibilitaram a adaptação dos palestinos no Brasil e, consequentemente impossibilitaram que pudessem sequer começar a reconstruir suas vidas.

É urgente que outras instâncias do governo brasileiro, independentes do CONARE, da ACNUR-Brasil, da Cáritas e da ASAV, intervenham no caso e apurem com profundidade o por que de tanta negligência. Todas têm responsabilidade no precário atendimento aos refugiados palestinos no Brasil, mas nenhuma assume, nem dá solução. São cúmplices na situação de risco social em que jogaram os refugiados e são recíprocas na defesa umas das outras.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Pela libertação do ativista e escritor Cesare Battisti, um refugiado político ilegalmente preso no Brasil!

O que está em jogo é muito grave.

Pela libertação do ativista e escritor Cesare Battisti, um refugiado político ilegalmente preso no Brasil!

1 – O escritor Italiano Cesare Battisti não cometeu nenhum assassinato. Os assassinatos atribuídos a ele ocorreram no mesmo dia a mais de quinhentos quilômetros de distância um do outro, o que tornaria o crime impossível. Além disso, o irmão de um dos mortos defendeu que o assassino não era em hipótese nenhuma Cesare, mas um sujeito alto moreno. Além disso, Cesare foi bode expiatório de um processo que utilizou torturas e delações premiadas.

2 – Nos anos 70, para conter o avanço dos movimentos sociais, como parte da estratégia de tensão da Guerra Fria, o governo Italiano se auto-inflingia ataques violentos e culpava os ativistas de esquerda, encarcerando centenas de lideranças populares e fazendo perseguições em massa. Tratava-se de uma ditadura disfarçada de democracia. Battisti foi mais um dos presos políticos vítimas dessa cruel política dos poderosos de calar a boca dos movimentos sociais.

3 – Battisti foi reconhecido como refugiado político pela França de Mitterrand, e a Itália não questionou isso. Ao questionar que ele tenha refúgio político no Brasil, a Itália desrespeita a soberania nacional do Brasil e nos trata como “república de bananas”.

4 – Battisti está sendo tratado como preso comum, mas na verdade ele é um preso político. Ele escreveu diversos livros na França, onde denunciava as perseguições políticas e a ditadura disfarçada de democracia nos anos 70 da Itália. Estão tentando calar este homem por ter denunciado tudo isso.

5 – Em Janeiro o Ministro da Justiça, Tarso Genro, deu a ele o status de refugiado político, e o judiciário está passando por cima disso, ao querer impor a extradição dele para a Itália. Ele devia estar em liberdade, e está preso ilegalmente.

6 – Battisti na verdade está sendo vítima de um cruel processo onde ele é usado como bode expiatório do governo fascista de Berlusconi, que encena um grande espetáculo para ganhar votos e desviar a atenção popular da crise. A grande mídia crucifica este homem e tenta fazer a cabeça da população, tratando-o como um monstruoso criminoso, quando na verdade ele é um escritor e ativista político perseguido porque incomoda o sistema.

7 – Battisti é defendido por muitos ativistas de diversos países do mundo todo. Ele é mais um perseguido político, como Olga Benário, que foi entregue por Getúlio ao Hitler. A luta pela libertação de Battisti é a luta pela liberdade política.

8 – No Brasil vigora a lei de Anistia, portanto, manter Battisti preso e extraditá-lo significa permitir perseguições políticas no Brasil e abre um precedente perigoso para perseguir e criminalizar os movimentos e lutadores sociais no Brasil, como já vem acontecendo. Abre precedentes perigosos para os direitos fundamentais e liberdades políticas, de opinião e de expressão.

Portanto, somos pela imediata libertação do escritor Cesare Battisti, um homem inocente e perseguido político, e que o poder Executivo do Governo Federal o liberte e lhe dê o asilo e refúgio político. Isso é o mínimo que deve fazer um país que diz defender os princípios de liberdade e democracia.
Não podemos permitir que um homem seja usado como bode expiatório num processo absurdo e fascista, para fazer espetáculo num momento em que a crise, barbárie e desagregação do sistema capitalista atingem milhões de pessoas em todo o mundo, ameaçando o futuro da humanidade.

Por isso, LIBERDADE PARA CESARE BATTISTI!

Vamos todos agir, antes que seja tarde!

Acesse a campanha pela libertação de Cesare Battisti! Ajude a divulgar isso para todos!



http://cesarelivre.org
http://coletivotrinca.wordpress.com

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Globo e Folha de São Paulo nem disfarçam suas opções contra os que prezam pela liberdade e a usam contra o capitalismo

Qualquer pessoa minimamente inteligente perceberia o tom indisfarçável e quase orgásmico de satisfação nas palavras do âncora do jornal da globo no final da noite de ontem e também no editorial da folha de São Paulo de hoje, pela injustiça a que se prestou o supremo tribunal federal negando refúgio ao militante comunista, perseguido por suas opiniões políticas, Cesare Battisti.

O âncora do jornal da globo falou, arrogantemente: “o grande derrotado foi o Ministro Tarso Genro...”.

Em verdade, a grande derrota foi para o direito de opinião e para todas as pessoas justas, que lutam contra as injustiças do estado capitalista.

O tom dado pelo âncora do jornal da globo e pelo editorial da Folha, não conseguiu disfarçar o tom de uma vitória pessoal desses próprios jornalistas e qualquer pessoa minimamente inteligente percebeu isso.

É realmente preocupante para quem preza verdadeiramente pela liberdade de opinião e de expressão a demonização que a direita vem fazendo da esquerda, e essa demonização fica evidente na postura de pessoas despreziveis que autodenominam-se jornalistas, mas na verdade, nada tem da neutralidade e compromisso com a verdade que essa profissão exige.

Há uma semana atrás, foi absolvido pela mesma corte (que deveria ser de justiça) o denunciado e comprovadamente culpado Antonio Palocci.

A similaridade no propósito dos dois casos é enorme: ambos os casos, pretenderam ser um recado de advertência dos arautos do capitalismo aos que tem a coragem de usar do direito mais legítimo do ser humano que é o direito de expressar-se contra os crimes do capital. A advertência de que condenarão qualquer pessoa que, dentro de seu direito, ouse enfrentar o poder e o capitalismo, mas absolverão os criminosos, desde que esses defendam o poder e o capitalismo.