terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cáritas quer transformar a vítima em réu

Vou relatar um fato muito grave que aconteceu ontem a tarde e peço muita atenção a todos que se solidarizam com a causa dos refugiados palestinos.
A cáritas convocou o Hossam na data de ontem para lá comparecer, sob o pretexto de fazer um reembolso de remédios que o Hossam comprou para sua mãe nesses três meses em que ela esteve entre nós. Foram para lá o Hossam, a Huda, a Aysha e eu, como testemunha. Chegando lá, o que se viu foi uma tentativa da cáritas de que o Hossam, em troca do reembolso, não declarasse mais nada com relação à negligência da cáritas com os palestinos. Todas as argumentações das duas funcionárias da Cáritas, Shirley e Elisa, eram no sentido de desqualificar as reclamações dos refugiados, mas em nenhum momento se dignaram a perguntar como estava a saúde dos familiares dos palestinos.

Em dado momento, a Aysha irritou-se com a Shirley e segurou-lhe pela blusa, não chegando a consumar-se uma agressão física, mas, mesmo assim, imediatamente a Shirley, foi para outra sala e telefonou para a polícia. Chamei um advogado amigo meu e fomos todos para a delegacia e foi feito um boletim de ocorrência contra a Aysha, constando artigo 21 no B.O.

É importante frisar que a Aysha foi incluida juntamente com a Sra. Nuzha e seu sobrinho de 09 anos de idade no programa de reunião familiar da ACNUR, está há três meses no Brasil sem que até agora tenham ficado prontos os documentos dos três, previstos no Estatuto do Refugiado, não fala nada de português, teve a noticia da morte de seu marido em Gaza quando estava recem chegada em Mogi, perdeu sua irmã Nuzha que faleceu no último dia 27/07 por pura negligência da Cáritas, seu sobrinho tem passado por crises violentas de asma, com o conhecimento e negligência da cáritas que não tem lhe prestado a assistência devida, não receberam até o momento nenhum pagamento do auxilio subsistência previsto no convênio de reassentamento. A Nuzha era cirurgiada da coluna vertebral e por isso precisava de um colchão ortopédico, mas recebeu da cáritas um colchão de espuma, o que a obrigava a dormir no chão, o que pode ter causado a agua nos pulmões que provocou o agravamento dos seus problemas de saúde que a levou à morte.

Foi uma cena premeditada e fabricada pela cáritas essa de hoje, na tentativa de criminalizar os refugiados palestinos.

Sendo assim, daqui em diante, temos que ter muito cuidado com as armadilhas que a cáritas vai armar para angariar argumentos contra os palestinos, em represália à ampla cobertura que tem sido dada nos jornais sobre a negligência da Cáritas em relação aos refugiados.

Daqui em diante, tudo que for solicitado à cáritas tem que ser por escrito, protocolado e acompanhado por pelo menos duas testenhunhas solidárias aos refugiados e que falem o português, porque, a poucos dias a cáritas recusou-se a protocolar um pedido por escrito que uma refugiada palestina fêz à cáritas e não havia nenhuma testemunha com ela para atestar o acontecido.