sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Observatório da imprensa burguesa

Três temas publicados na imprensa burguesa de hoje me motivaram a fazer os seguintes comentários:
Crise do sistema financeiro
As crises do sistema financeiro como a que acontece no momento são comuns no sistema capitalista e compara-se a alguém que esteja com uma gripe e eventualmente dá um espirro. A ganância dos especuladores e o desespero dos grandes capitalistas, aos berros nos pregões das bolsas de valores, me fazem rir. Chega a ser patético visto por nós pobres que já nos acostumamos a viver com o mínimo do mínimo apenas para continuarmos sobrevivendo e produzindo riquezas para a classe burguesa se refestelar. Mas, um dia a casa cai.

O “Cansei” e o “Cansamos”
É ingenuidade acreditar que esses dois movimentos burgueses sejam apolíticos como afirmam suas lideranças. O simples fato de existirem já os torna movimentos políticos. Se tivessem dito ser supra partidários também já estariam se condenando ao fracasso porque, de antemão já se pode prever a baderna e a inconseqüência reinante em seu interior devido aos muitos de boa fé que se sentiriam usados por esse movimento que se diz apolítico. Trata-se na verdade de uma clara tentativa de enganar os seguidores pobres do movimento, assim como foi com os movimento pelas “Diretas já” e o “Fora Collor”, que tiveram apelos populares, porém, foram capitaneados pela burguesia e, deu no que deu. Sem uma revolução capitaneada pela classe pobre que tenha como objetivo claro destruir a estrutura social burguesa, jamais construiremos uma sociedade justa.

A proposta de reforma da constituição venezuelana.
A proposta de reforma da Carta Magna venezuelana, apresentada ao Congresso Nacional daquele país pelo presidente Hugo Chaves no último dia 15/08 novamente leva a ridícula oposição burguesa a protestar nas ruas de Caracas. A alteração proposta que mais arrepia a burguesia venezuelana é a possibilidade de reeleição ilimitada de Hugo Chaves para o cargo de presidente. Para a burguesia de qualquer país a reeleição ilimitada é realmente ruim porque é com a alternância periódica do governante maior, através da limitação do número de reeleições que a classe burguesa consegue manter-se como classe dominante mantendo a sua ideologia como ideologia dominante e ainda conseguem convencer o eleitor de que a culpa pela (inevitável) má escolha através do voto direto é do próprio povo, mantendo-o sempre com o sentimento de impotência, conformado e sob controle. Foi exatamente isso que aconteceu com o Brasil com a transição da ditadura militar para a abertura lenta e gradual à pseudo democracia que temos hoje. É golpista a alcunha de “ditador” que a burguesia tenta atribuir a Hugo Chaves. Ele seria ditador se decretasse o fim das eleições para presidente e dessa forma garantisse sua perpetuação no poder, mas, não é isso que está sendo proposto. Da mesma forma, seria ditatorial também se mantivesse a limitação para reeleição de presidente, sim, por que, o povo estaria sendo privado de votar em alguém que gostaria de ter como presidente, simplesmente porque a constituição não lhe permitiria te-lo como candidato.

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