terça-feira, 19 de junho de 2007

A necessidade de superação do modelo atual do movimento reivindicatório dos trabalhadores

O movimento sindical e associativo dos trabalhadores no Brasil chegou a um momento histórico de ruptura e reconstrução e engana-se quem pensa que a ruptura deve se dar apenas em termos de mudança de mãos, de governistas pró Lula para não governistas. A ruptura necessária é mais complexa e profunda, pois deve se dar também em termos de concepção de modelo sindical por que temos hoje um movimento sindical atrelado ao estado e a partidos políticos oriundo do modelo “permitido” pelo ex-presidente Getúlio Vargas quando da promulgação da Consolidação das Leis Trabalhistas. Esse modelo sindical em que o Estado têm influência quase total, que, para a época de Vargas pareceu ser um avanço para os trabalhadores, trouxe o germe da degradação sindical que temos hoje. Fez generalizar o surgimento de estruturas sindicais voltadas mais para servir à ascensão de sindicalistas à condição de “políticos profissionais e carreiristas” do que propriamente para defender as necessidades dos trabalhadores frente à exploração dos patrões e dos próprios governos. Essa situação provocou também, gradativamente e inevitavelmente o descrédito, a alienação e o afastamento dos trabalhadores de seus sindicatos, permitiu o achatamento do salário mínimo que hoje vale menos de um terço do que valia quando da sua instituição em 1943, permitiu gradativamente, sem resistência, ataques diários do patronato contra os trabalhadores e, pior ainda, dificultou em muito o surgimento de novas lideranças de trabalhadores o que contribuiu ainda mais para que os “oportunistas sindicais” tivessem caminho livre para atingirem seus objetivos estranhos aos trabalhadores que deveria representar: conscientizar, defender e liderar suas lutas. Na categoria bancária, o exemplo está nos sindicatos, nas associações, federações e confederações, Cutistas ou não, que hoje tomam suas decisões sem consultar a base bancária em assembléias, por medo de serem atropelados e verem suas manobras políticas prejudicadas por essa base que hoje se sente traída. Cabe aos trabalhadores promover essa ruptura e refundar o novo movimento sindical que se faz necessário, com democracia, autonomia, independência, honestidade, transparência e realmente combativo e intransigente na defesa dos trabalhadores.

Nenhum comentário: